Não sei se estou perto ou longe demais, se peguei o rumo certo ou errado.
Sei apenas, que sigo em frente, vivendo dias iguais de forma diferente.



quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Cinegrafistas relatam trajetória na profissão

Ana Paula Tomasi

O segundo período do Curso de Jornalismo da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó) juntamente com a disciplina Técnicas de Entrevistas, ministrada pela professora Michele Andrea Niederle, promoveram na última terça-feira (09), no auditório do bloco G, entrevista coletiva com os cinegrafistas Sadi Ciotta e Paulo Dall Bello, do Grupo RBS TV de Chapecó. O evento teve como objetivo esclarecer dúvidas dos acadêmicos, trazendo-os para mais próximos da profissão.
Iniciaram a coletiva expondo sobre o início de suas carreiras. Ainda muitos jovens, sem formação e experiência, realizaram um teste no Grupo SBT, com apenas uma pergunta foram contratados.
A programação local era de muita música, jornal ao meio dia, jornal da noite e logo após novelas. Após seis meses de suas contratações, em 31 de agosto de 1957, o Grupo RBS a mais antiga afiliada da Rede Globo, com 18 emissoras afiliadas no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, adquiriu a emissora e iniciou uma grande seleção de funcionários, que passou de 120 para apenas 15.
A seleção ocorreu por departamento, às funções exercidas eram: Operador de vide tape; editor; diretor de imagens; produtor; cinegrafista; editor de telejornalismo. Cada função contava com quatro funcionários e com a seleção apenas um ficaria. Sadi Ciotta e Paulo Dall Bello foram selecionados.
Os cinegrafistas contam que não havia hora nem local para o trabalho. Cobriam bailes de debutantes, sarau da prenda jovem, ciências rural (gravados em cidades da região), acidentes, entre outros. No decorrer de suas trajetórias, acompanharam muitas histórias e fatos importantes, o cinegrafista Ciotta afirma: “nós vimos muitas coisas a mais que o público em casa, então fazer boas imagens para mostrar tentar mostrar tudo o que está acontecendo no local da notícia, é importante”.
Entre as matérias que mais marcaram Dall Bello e Ciotta, esta o acompanhamento que fizeram durante toda a etapa da mudança da cidade de Ita, que devido ser atingida pela barragem mudou a cidade de local.
Os cinegrafistas citam também a cobertura que fizeram em 1987-1989 em Palma Sola, um confronto entre a Polícia Militar (PM) e sem terras. Dall Bello, também cita o fogo cruzado em Abelardo Luz, as enumeras ameaças que receberam e que muitas vezes ainda recebem, “se a PM esta no local, entramos até na casa” afirma ele. Emocionam-se em lembrar-se do acidente que foram cobrir em Maravilha, em 2007, onde ficaram sabendo que um colega de equipe faleceu atingido por outro acidente que ocorreu no local.
Para Ciotta, além de cinegrafista também é editor de imagem. Para ele, o trabalho em equipe vale muito, pois quando um repórter não pode comparecer no local da notícia, eles mesmos fazem as entrevistas se necessário e lembra “uma imagem diferente faz com lembrem do resto da matéria”. Ele enfatiza ainda que ter ou não formação no curso de jornalismo faz diferença, mas que também o repórter, com o tempo adquire experiência, isso irá depender da persistência, da humildade em o repórter perguntar, e afirma: “o repórter que já trabalhou em rádio, se destaca mais, tem mais facilidade, pois ele deve ser comunicativo”.
Ciotta e Dall Bello em 1992 receberam registro de jornalista, por exercerem a muito tempo a profissão. Afirmam que todas as matérias devem ser feitas com amor.

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